O povo azulado triunfou! De forma inédita, o Boi-bumbĂĄ Caprichoso vence o 57Âș Festival Folclórico de Parintins e conquista o tão sonhado tricampeonato (2022/2023/2024) com o tema "Cultura - O Triunfo do Povo".
O resultado foi anunciado após a apuração das notas dos jurados realizado na tarde desta segunda-feira (1Âș), no Centro Cultural de Parintins, mais conhecido como Bumbódromo de Parintins (distante a 325 quilômetros de Manaus).
O resultado final do festival ficou em 1259,3 para o Caprichoso, e 1259,2 para o Garantido.
1ÂȘ Noite: Caprichoso venceu com 419,8 contra 419,7 do Garantido.
2ÂȘ Noite: Caprichoso empatou com Garantido com 419,8 pontos cada.
3ÂȘ Noite: Caprichoso empatou com Garantido com 419.7 pontos cada.
O Caprichoso jĂĄ abre a primeira noite de apresentações com o subtema "RaĂzes: o entrelaçar de gentes e lutas", para celebrar as origens do boi da Francesa. Do alto do guindaste, a monumental alegoria do artista Roberto Reis, responsĂĄvel pela lenda "A Dama da Noite" não surpreendeu somente pelo tamanho, mas pelo momento em que a cobra boiĂșna foi içada por um gavião, subiu mais de 30 metros do chão com a cunhã-poranga, Marciele Albuquerque, que durante a evolução para os jurados se transmutava em serpente. A apresentação encerrou com o ritual indĂgena "Mothokari, a fĂșria do sol" com participação do lĂder indĂgena, escritor e xamã, Davi Kopenawa Yanomami, 68 anos.
No segundo ato no sĂĄbado (29), com o subtema "Tradições: o flamejar da resistĂȘncia popular", o bumbĂĄ apresentou uma noite das tradições: festa, povo e histórias que compõe o boi e a história de Parintins. O Caprichoso com o rosto pintado de efun, junto do tripa Alexandre Azevedo, entrou primeiro na arena para evoluir como o MĂĄlĂčĂș DĂșdĂș, o boi agbara. A Figura TĂpica Regional, "O pescador da Amazônia", alegoria assinada pelos artistas MĂĄrcio Gonçalves e MarlĂșcio Pereira, 46 anos, surgiu para celebrar o caboclo que vive da pesca e do manejo. A falange de jacarés do ritual "MĂstica Marubo" encerrou a segunda noite do boi Caprichoso neste com a alegoria assinada pelo artista Kennedy Prata, 38 anos, impressionando pela transformação de Vimi Peya, xamã Marubo, em falange de jacaré para, em um segundo momento, emergir a maloca profunda da alegoria, com jatos de ĂĄgua que inundaram a Arena. A noite também foi marcada pelas coreografias.
"Rito de Cura da Terra: Awa GuajĂĄ" fechou a terceira noite de apresentação do boi Caprichoso na madrugada desta segunda-feira (1Âș). A noite foi marcada por tecnologia nas alegorias com luzes de led, projeções hologrĂĄficas no chão da arena, assim como nas alegoria. O boi da Francesa apresentou a reedição do Ritual da Vida (1998). Angela Mendes, filha do seringueiro, sindicalista e ativista polĂtico, Chico Mendes, ao lado de José TupinambĂĄ entraram na arena com o relógio do clima que marcava 5 anos, 21 dias, e 11h59. O pajé Erick Beltrão cantou a toada UnankiĂȘ: um lamento amazônico (1994) para convocar os povos originĂĄrios a dançar. A reedição do Ritual da Vida contou com uma imensa tarântula que desceu do céu e em uma teia pegou indĂgenas para completar o rito.
Fonte: Portal A CrĂtica