No município de Óbidos, Oeste do ParĂĄ, o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes foi marcado por uma ação de adesivagem seguido de carreata, que percorreu alguns bairros da cidade e mobilizou organizações, instituições e a sociedade em geral, que se uniram para levar uma mensagem de "basta" a esse tipo de crime que vitima milhares de crianças em todo o país.
A secretĂĄria de Desenvolvimento Social, Aldanete Farias, destacou a necessidade de chamar a atenção da população para denunciar esse tipo de violĂȘncia.
"Nós precisamos sensibilizar e mobilizar toda a sociedade e principalmente as famílias, para enfrentar e combater esse mal, para que não haja mais violĂȘncia sexual das nossas crianças e adolescentes de Óbidos e de todo o Brasil", ressaltou a secretĂĄria.
Nesse período, as denúncias de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes aumentam. De acordo com o Conselho Tutelar de Óbidos, de janeiro a maio de 2024 pelo menos 10 casos, incluindo abusos coletivos, foram registrados pelo órgão colegiado.
A Conselheira Tutelar, Ana Ribeiro, chamou a atenção para a importância de manter a vigilância e proteger crianças e adolescentes da violĂȘncia e exploração sexual.
"É muito importante para nós enquanto sociedade, reforçar o nosso compromisso pelo bem-estar, garantindo o direito das nossas crianças terem uma infância segura e protegida", reforçou a conselheira.
O representante do Núcleo de Cidadania de Adolescentes (NUCA), Thiago Pinheiro, lembrou da relevância do grupo em participar do movimento nacional e do envolvimento dos adolescentes obidenses com essa causa.
"É um dia muito importante a Campanha 18 de maio. Estamos aqui para erradicar a violĂȘncia contra crianças e adolescentes aqui em nosso município de Óbidos. Unidos com toda a sociedade vamos lutar para que nossas crianças se sintam seguras e amadas", disse Thiago.
A primeira-dama de Óbidos, Alice Silva, que participou da mobilização do Dia "D" da campanha "Faça Bonito", lembrou do esforço do governo na mobilização da sociedade para combater a violĂȘncia sexual contra crianças e adolescentes.
"Nós precisamos estar em alerta com as crianças, é importante estarmos sempre atentos ao comportamento dos nossos filhos. Outra mensagem que deixo para a sociedade é que denunciem todos os tipos de violĂȘncia. Nós precisamos nos unir, governo e sociedade, e combater esse mal", alertou Alice.
A carreata realizada na manhã deste sĂĄbado, foi apenas uma das inúmeras mobilizações que estão sendo realizadas em Óbidos, desde o lançamento da campanha no dia 6 de maio. Palestras, rodas de conversa e outros eventos dentro ou fora da sala de aula, estão levando orientações para as unidades de ensino nas zonas urbana e rural do município.
As escolas também estão envolvidas com a campanha. Na sexta-feira (17), as unidades de ensino realizaram caminhadas nos bairros de Óbidos, chamando a atenção da população para a necessidade de proteger crianças e adolescentes dos crimes de abuso e exploração.
Em Óbidos, são parceiros da Campanha "Faça Bonito", o Ministério Público do ParĂĄ (MPPA), Polícia Militar, Polícia Civil, Conselho Tutelar, Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Secretaria Municipal de Saúde, Prefeitura Municipal de Óbidos, Escoteiro Pauxis e CĂĄritas Diocesana.
18 de maio
18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Um dia para a conscientização da sociedade e autoridades sobre a gravidade da violĂȘncia sexual de meninos e meninas.
Não é uma data escolhida aleatoriamente. Ela dĂĄ visibilidade a um crime bĂĄrbaro que chocou o Brasil, em 1973, quando a menina Araceli Cabrera Sanches, de apenas oito anos de idade, foi raptada, drogada, espancada, estuprada e morta por jovens de uma tradicional família capixaba de classe média alta, em Vitória, no Espirito Santo. O crime apesar de toda a repercussão, ficou impune.
A violĂȘncia sexual praticada contra crianças e adolescentes envolve vĂĄrios fatores de risco e vulnerabilidade quando se considera as relações de gĂȘnero, de raça/etnia, de orientação sexual, de classe social, de geração e de condições econômicas. Nessa violação, são estabelecidas relações diversas de poder, nas quais tanto pessoas e/ou redes utilizam crianças e adolescentes para satisfazerem seus desejos e fantasias sexuais ou obterem vantagens financeiras e lucros.