Representantes de instituições governamentais federais e municipais participaram na manhã desta segunda-feira, 29, da capacitação "Fortalecendo capacidades dos Governos Federal e Municipal para responder aos desafios relacionados à migração interna, meio ambiente e mudanças climáticas", no auditório Albano Franco, da Fiepa.
A capacitação, que teve a participação da representante do Ministério do Meio Ambiente, Solange Alves, é uma iniciativa da Organização Internacional para as Migrações (OIM), que faz parte do sistema da Organização das Nações Unidas (ONU), numa parceria com a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
As características de Belém como polo receptor de grandes migrações inter-regionais fez com que a cidade fosse uma das aptas a receber a capacitação da ONU. Para o presidente da Comissão de Defesa Civil Municipal de Belém, Claudionor Correa, a capacitação faz com que os integrantes do governo possam saber reconhecer as características e atender melhor os moradores do município.
"Até dez anos atrás, Belém tinha as fortes chuvas, mas elas não coincidiam com os vendavais e desde o ano passado, essas ocorrências passaram a ser mais críticas, com o último levando risco alto a pelo menos 150 residências. Com essas capacitações os servidores podem atender e entender melhor os eventos que vêm ocorrendo", explica o presidente da Comdec.
A secretária municipal de Meio Ambiente, Christiane Ferreira, aponta que a capacitação é importante para os servidores, mas também para a população, uma vez que a temática crise ambiental, ligada às migrações, ainda é pouco discutida. "As pessoas não conseguem ter essa percepção que os desastres movimentam as pessoas e que essa movimentação se não for ordenada, planejada pelos municípios, ela vai gerar graves problemas sociais e consequentemente urbanos. Os municípios precisam se preparar, se adaptar para as mudanças climáticas e estruturar suas cidades", avalia a secretária.
A urbanização desordenada de Belém é fruto de uma imigração desenfreada, que se intensificou desde o fim da exploração da borracha, depois da segunda guerra. Dessa forma as pessoas acabaram ocupando áreas alagáveis, as que primeiro são atingidas com a intensificação dos eventos climáticos, explica o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues.
"A agência das Nações Unidas para as Migrações em parceria com a Prefeitura de Belém, debatendo o tema da crise climática relacionado ao risco que os imigrantes sofrem, é fundamental. Porque daqui o debate gerará certamente políticas públicas, demandas por investimentos e recursos financeiros e políticas que possam usar as técnicas já conhecidas para tornar a cidade mais resiliente e capaz de evitar que os riscos se transformem em catástrofes", acentua o prefeito.